sexta-feira, 26 de abril de 2019


Bendita morte que não chegou,
escorregou no tempo 
e ao invés de ter-me, 
me amou.

(Taciana Valença)

sexta-feira, 19 de abril de 2019

VEZ POR OUTRA




Vez por outra a coragem arrefece,
olha pra vida de jeito cabreiro;
se esquece na cama,
não larga o travesseiro. 

(Taciana Valença)

CICATRIZ





Cicatriz
E eu que nem sabia
quantos céus
morriam em minha boca
naquela noite estrelada.
Prelúdio perturbador do que se desconhece. 
Na dúvida uma pausa, um gole, uma prece.
Alma trêmula qual luz de lampião,
recobrando os sentidos, voltando da beira d'algum abismo.
Ruídos de porta se ouvia, gritos de histeria.
Ilusão rodando o dedo sobre o gelo que se derrete, saturado de mim.
Atalho, rosário, camarim. Olhos em frente, morte nas laterais.
Parada na pensão, secas folhas ao chão. Cama sem mundo, reza, confissão.

(Taciana Valença)


Delicadeza
Tempos mel,
segredos abelhas,
zumbir constante.

Ludibriados direitos à inocência.
Comia ternura, adivinhava abraços. 
Pitangas doces vermelhas em explosões inesperadas.
Sombra em água perfumada. 
Frágil alma dentro das saias, 
arrepiando-se em sintomas do coração.
Furtivo tempo d'uma ilusão. 

(Taciana Valença)

EU MORO NUM VERSO (TACIANA VALENÇA)