sábado, 18 de fevereiro de 2017

SOB A NOITE




D'outro lado da noite
Devem estar as respostas, 
As lições, 
O bê-a-bá da vida,
Bem ali,
Escondidas,
Sob denso concreto,
Por não entender, durmo
Noite após noite,
Olhos assombrados
Tentando adivinhar
O quanto de mim 
Terei ainda que ser
Pra reaver meu mandato
Sem que flechas me  atinjam
Sem que sangre minha alma
Que já de tanto se esquiva
Sem respostas ou guarida
Morrendo nas palavras
Que sucumbem, do tanto,
Do nada...

(Taciana Valença)


segunda-feira, 13 de fevereiro de 2017

SOBRE O TEMPO






Por que saber das horas
Se as palavras eram as certas
Se os olhos contemplavam
Quietos, fixos, sem fim
Se todo ali estava repleto de mim

Por que saber das horas
Quando nada importa mais
Além d'um momento que se eterniza

E está tudo certo,
Até mesmo a chuva
Molhando as asas dos pássaros,
Até mesmo o latido intermitente
De um cão carente

E está tudo certo,
Se tudo estava ali
Naquele momento
E era tudo o que importava

(Taciana Valença)

EU MORO NUM VERSO (TACIANA VALENÇA)