terça-feira, 17 de outubro de 2017

PLANTAÇÃO




Plantei Jandaias
Nasceram Bem-te-vis
Debaixo de tempestades,
Assoviando saudades
Num campo de Colibris.

(Taciana Valença)

BOCA DE MEL




Pontas dos dedos a desenhar sobre
o coração empoeirado,
Tosco, sem fagulhas alegrias,
Apenas noites em dias,
Caminhando a passos lentos,
Dormindo ao relento...
Sob sol e chuva,
Gosto de clorofila
Na boca amarga e seca,
Cinzentos dedos se recusam
A mergulhar em boca de mel,
Num regozijo fresco
Disposto à gosto
Em bandeja de vida

segunda-feira, 2 de outubro de 2017

TALISMÃ

Se colar no céu da tua boca
Certamente não serei só palavras.
Serei sabor, saliva, hálito, viço.
Ponta da língua acariciando dorso,
Quente conhaque ou cheirando a café,
Não saberia dos dias frios. Só poesia.
Agora, recolhida em tua boca,
Pasta cheirando a hortelã,
Acordando suave no bocejar do dia,
Talismã.

(Taciana Valença)

EU MORO NUM VERSO (TACIANA VALENÇA)