segunda-feira, 15 de dezembro de 2014

ESTRONDO DE UM VAZIO / CRASH AND EMPTY


O QUE IMPORTA, QUE EU ME IMPORTE
SE NA VERDADE NINGUÉM SE IMPORTA
QUE ESTEJA ME IMPORTANDO?

QUE MEU OLHAR SEJA DE ATENÇÃO
OU OS GESTOS SEJAM DE CARINHO,
TÃO BEM VINDOS
 QUANTO DESCARTÁVEIS E ESQUECÍVEIS

O QUE IMPORTA 
SE LHES ABRO PORTAS
E AS MESMAS SE FECHAM LOGO A MIM?

O QUE IMPORTA
SE NÃO HÁ QUEM SE IMPORTE
SE TUDO CORRE E NADA ABALA
SE O TEMPO É ESSA BALA PERDIDA
EM VAZIAS CABEÇAS
QUE CORREM,
ANTES QUE ESQUEÇAM QUEM SÃO?

O QUE IMPORTA SE  ESTOU NA CONTRA MÃO?

VOU DESPIR-ME DAS VESTES DE GENTE
LIVRAR-ME DE RISOS E VAZIAS PALAVRAS
E OLHAR PARA O ALÉM,
OUVIR ENFIM O ESTRONDO SURDO
D'UM VAZIO ABSURDO
DO QUERER-SE BEM

(TACIANA VALENÇA)


WHAT MATTERS, THAT I WILL CARE
IF IN FACT NO ONE CARES
THAT IS ME MATTER?

MY LOOK IS CAUTION
OR CARING GESTURE OF WHETHER,
SO WELCOME
  FOR DISPOSABLE And forgettable

WHAT MATTERS
IF THEY ABRO DOORS
AND THE SAME IS CLOSE SOON TO ME?

WHAT MATTERS
IF THERE IS NOT CARE ABOUT
IF ALL RUN AND NOTHING shakes
IF THE TIME IS THAT LOST BULLET
IN EMPTY HEADS
RUNNING,
BEFORE FORGET WHO ARE?

WHAT MATTERS IF AM IN HAND AGAINST?

I'll undress OF PEOPLE OF ROBES
FREE ME OF LAUGHTER AND EMPTY WORDS
And LOOK FOR FURTHER
LISTENING AT LAST THE DEAF BANG
D'AN EMPTY ABSURD
WANT THE WELL

(TACIANA VALENÇA)

quinta-feira, 27 de novembro de 2014

NADA / NOTHING

E eu, que pensei em ser-te tanto
Sei que não tenho sido sol,
A iluminar teu destino,
Nem chuva, a te acariciar a face,
Nem a sombra a te proteger do calor
Ou mesmo a te poupar do frio
Sendo um velho cobertor, 
Tenho sido mãos que não te tocam,
Ou enxugam tuas lágrimas de agonia,
Que deixam escorrer o suor
Sem o toque que acaricia
E eu, que pensei em ser-te tanto
Não tenho sido nada para ti,
Sendo assim,
Nem mesmo para mim...

(Taciana Valença)

NOTHING

And I, who thought about being you so much
I know I have not been sun
Lighting up your destination,
Neither rain, to caress you face,
Neither the shade to protect you from heat
Or even save you from the cold
Being an old blanket,
I have been hands do not touch you,
Or wipe away your tears of agony,
Leaving drip sweat
Without the touch caressing
And I, who thought about being you so much
I have not been anything to you,
Therefore,
Not even for me ...

(Taciana Valença)



domingo, 2 de novembro de 2014

FEITO PIÃO / PIVOT

Rodava a esmo,
Incerto como pião –
Que em breve tombaria –
Num lugar qualquer,
Sem tempo certo,
Rodopiava então,
Ao som da vida;
Em cordas de violão,
Jeito boçal,
Covas de sorriso,
Ritmo de Lua...
Ar de deboche
Vida escrôta,
Causas rôtas


(Taciana Valença)

Ran aimlessly,
Unsure as spinning top -
That soon would fall -
At every location,
No right time,
Whirled then,
At the sound of life;
In guitar strings,
Loutish way,
Covas smile,
Moon pace ...
Air debauchery
Bummer Life
ruptured causes



(Taciana Valença)

quinta-feira, 30 de outubro de 2014

TEU SORRISO / YOR SMILE




E por caminhos
De assombrada solidão
Dobrei  esquinas,
Em busca de alegria,
De braços e abraços...
D’um pouco de aconchego
Mas o negro do céu,
E ausente lua,
Únicos eram-me -
Porém,
Guardei para ti,
Lugar na fila,
À espera do doce ,
Que de ti roubaria um sorriso,
Um desarme...
Talvez o mar,
A lamber os pés da rocha,
Num ir e vir em tuas canelas,
Quem sabe,
Traria o brilho aos teus olhos,
E assim,
De aberto peito
E alma nua,
Mergulhasse enfim,
No mar aberto da vida...
Que por agora, somente por agora
Pudesse contemplar teu lindo sorriso

(Taciana Valença)

And paths
Haunted loneliness
I folded corners,
In search of joy,
Arms and hugs ...
D'some warmth
But the black sky,
And absent moon,
Only were me -
However,
Stored up for you,
Place in line,
Waiting for the sweet,
What about you steal a smile,
A trip ...
Perhaps the sea,
The lick the feet of the rock,
In a come and go in your shins,
Who knows,
Would bring the shine in your eyes,
And so,
Open chest
And naked soul,
Dive anyway,
In the open sea of life ...
For now, just for now
Could contemplate your beautiful smile

(Taciana Valença)

sexta-feira, 24 de outubro de 2014

Enigmático / ENIGMATIC


 Havia uma cicatriz em sua mão,
Com discretos olhos,
Percebi frio e distante, 
Impassível semblante
Que não permite invasões...
Uma dose de whisky,
 Corpo pesado jogado ao sofá,
E aquele olhar,
De quem esconde tanto,
A bebida quem sabe,
Apagando por um tempo
Lembranças, 
Até mesmo da cicatriz,
Quem sabe...?
Guarda fechada,
Eterno medo de ferir-se
Sob o elmo da coragem,
Habilidosas mãos, 
Frágil coração...
E quantas cicatrizes seriam???
O que o faria assim,
D'uma assustadora fortaleza,
 E escondida fragilidade?
Moveu-se então,
Parecendo advinhar pensamentos,
Sorriu...
Como quem busca um colo,
Uma palavra,
Um sentido...

(Taciana Valença)

 There was a scar on his hand,
With discrete eyes,
I noticed cold and distant,
impassive countenance
Which prevents invasions ...
A whiskey dose,
  Heavy body thrown to the couch,
And that look,
Who hides both,
The drink maybe
Deleting for a while
memories,
Even scar,
Who knows ...?
Closed guard,
Eternal fear of injuring yourself
Under the helm of courage,
Skilled hands,
Fragile heart ...
And how many scars would be ???
What would thus
D'a daunting fortress,
  And hidden weakness?
He then moved,
Looking guess thoughts,
Smiled ...
As anyone who seeks a lap,
A word,

A sense ...

(Taciana Valença)

terça-feira, 21 de outubro de 2014

TARDE / AFTERNOON


Os olhos corriam
pelas bordas do copo...
A vida em círculos, 
Goles redondos,
Travados...
Pensamentos submersos
Vagavam em solitária tarde
D'um dia qualquer...
Que dia era mesmo?
Num instante um arrepio;
Um chamado,
Uma insistência
Olhar a incomodar
De assalto toma o sossego,
Foram-se os instantes,
A paz...
Deixa a mesa vazia
Apressados passos,
Fogem d'um imprevisto
E antes que dobre a esquina,
Algo a abate,
Como um tiro certeiro no alvo,
Ninguém está a salvo

(Taciana Valença)


The eyes darted
the edges of the glass ...
Life in circles,
Goles round,
Caught ...
submerged thoughts
Wandered lonely afternoon
D'any day ...
What day was it?
In an instant a shudder;
A call,
an insistence
Looking to bother
Assault takes the peace,
The moments are gone,
Peace ...
Leave the empty table
Hurried footsteps,
D'flee an unforeseen
And before bend the corner,
Something for slaughter,
As a direct hit on the target,
No one is safe

(Taciana Valença)





segunda-feira, 20 de outubro de 2014

POETA... / POET ...


Apenas seriam pétalas,
Ou pedras, ali, no meio do caminho,
Mas o poeta pôs os olhos,
E tudo se desdobrou, se moveu,
Virou feitiço, num rebuliço...
E diante d'imenso mar,
Os olhos contemplam as pedras,
Ou a concha, que guarda segredos,
Suas formas,
A conversa com as ondas,
O banho de espumas...
Pérola inquieta....
Ah, Poeta,
Essa alma rara,
De sensibilidade incompreensível,
Que sopra a vida
Dando um dedo de alívio,
Alívio tirado das entranhas,
Dos medos e das torturas
Bravo, amigo, bravo!
Guarda em ti tua própria droga,
Teu próprio antídoto,
Teu amuleto,
Que dorme em palavras tão tuas,
Que corre nas veias
Curando teu dia, 
Quem sabe um pensamento,
Um haicai, 
poesia ou soneto...
Ah, poeta,
Que efeito tem em ti teus próprios dias?
Como se faz a mágica da tristeza dissolver-se
Mergulhando em falsas alegrias????
Ah, poeta,
Quisera um pouco de ti
Em cada um dos meus dias!

(Taciana Valença)



Just would petals,
Or stones, there, along the way,
But the poet set eyes,
And all unfolded, moved,
Turned spell in a stir ...
And before d'immense sea,
The eyes are the stones,
Or shell, which keeps secrets,
Its forms,
The conversation with the waves,
The bubble bath ...
Restless pearl ....
Oh, Poet,
This rare soul,
Incomprehensible sensitivity,
That blows life
Giving a finger relief,
Relief taken from the bowels,
Of fears and torture
Bravo, friend, bravo!
Guard in you your own drug,
Your own antidote,
Your amulet,
Sleeping on as your words,
That runs through the veins
Healing your day,
Maybe a thought,
A haiku,
poetry or sonnet ...
Oh, poet,
What effect does to you your own day?
How is the sadness of magic dissolve
Diving in false joys ????
Oh, poet,
I wish some of you
In each of my days!

(Taciana Valença)

sexta-feira, 26 de setembro de 2014

Tristeza / SADNESS




Resolvi desinventar a tristeza. 

Logo eu, boêmia d'um tempo que não vivi.
Reinventarei apenas em causas justas, 
quando um sonho morrer ou a vida muito me ferir. 

(Taciana Valença)


I decided disinvent sadness.
Soon I, bohemian d'time I did not live.
Reinventarei only just causes,
when a dream dies or life too hurt me.

(Taciana Valença)



EMOÇÃO / EMOTION


Os dedos marcavam emoções sobre as teclas, enquanto selos carimbavam emoções. Andei pelo tempo sem perceber quantas esquinas já havia dobrado. E de vez em quando ainda esbarro nas encruzilhadas do passado. 

(Taciana Valença)


The fingers marked emotions over the keys, while seals carimbavam emotions. I walked by the time without realizing how many corners had folded. And from time to time still abutment at the crossroads of the past.

(Taciana Valença)

quinta-feira, 25 de setembro de 2014

ESPELHO / MIRROR


Talvez engane-me o espelho -
Astigmatizada visão,
De reflexos distorcidos,
Sim, talvez não seja mais que isso,
Olho sobre os ombros,
A falsa perfeita (?) visão,
Perfeição! Claro que não!
Mas aí vem você e não me  vê como sou,
??? Penso no espelho,
Claro que pode estar errado -
Mas eu queria ser mais,
Um pouco mais,
Ao menos pra você,
Que tanto havia me conhecido -
Talvez, algum dia, nem sei mais
E descubro que sou só isso,
E que tudo que vi
Só satisfaz a mim mesma -
Pena, que eu não seja o que vê
Mas vou continuar sendo o que vejo
Pois é o que sou,
Mesmo sob o astigmatismo, a distorção -
Não, não de mim mesma
Posso ser a razão -
Sinto pelo meu próprio desconforto,
Mas não nasci para ser o que você vê
Nem o que você quer -
Então, continuarei sendo eu mesma
Pode ter certeza -
E sua visão deturpada
Esquecerei guardada,
Em caixas que se guardam para sempre
E ficam esquecidas e empoeiradas,
Mas fico triste em saber:
Logo você?

(Taciana Valença)


Perhaps Fool Me the mirror -
Astigmatizada vision,
Of distorted reflections,
Yes, you may not be more than that,
Eye on the shoulders,
The perfect fake (?) Vision,
Perfection! Of course not!
But then you come and do not see me as I am,
??? I think in the mirror,
Of course it may be wrong -
But I wanted to be more,
A little further,
At least for you,
That both had met me -
Maybe, someday, I do not know more
And I find that I am only that,
And everything I saw
Not satisfy myself -
Pena, who I am not what you see
But I will remain what I see
Well whats,
Even in astigmatism, distortion -
No, not for myself
Can I be the reason -
I feel for my own discomfort,
But I was not born to be what you see
Not what you want -
So, I will continue being myself
You can be sure -
And his distorted view
Forget stored,
In boxes that are kept forever
And are forgotten and dusty,
But I'm sad to know:
Soon you?

(Taciana Valença)



sábado, 13 de setembro de 2014

LABIRINTO / MAZE


Condenam-te
Ou...
Contemplam-te,
Ao labirinto -

O mesmo
Onde cobras rastejam
E nos céus, obras do criador
entre obras da criatura, dividem-se,

Pela estrada,
Homens de seriedade risível
E de sérios sorrisos -

Um labirinto de surpresas
Pouco ou nada previsíveis

Há quem contemple
Quem enfrente
E quem contente-se,

E contemplando morra
Entre os próprios dentes
No vácuo da loucura
na disputa d'um lugar
Que nem mesmo é nosso


E as mãos,
Escorrendo
 em paredes inexistentes
Mostram 
que caminhos não mentem

E na velocidade
Sem freios
Chega-se à beira do abismo,
Caindo (ou não)

E surpreende-se
Percebendo que pode voltar
(No tempo?)
Preferindo abraçar seu caminho
Cuja alma escolheu
Diante do breu

Quem ajeita tua gravata
Também pode te enforcar,
E mesmo assim acreditas
No hálito da boca e no perfume,
Mas a alma não tem cheiro...

Caros óculos
Que de tão escuros cegam,
Escondendo a falta de coragem
Para encarar o sol de frente

Insegura segurança
Onde escolhas podem
E não devem, 
Ou devem e não podem

Alguns não sabem das suas paisagens
Pois o som da boate toca mais alto
Que a própria consciência

E teu guarda-costas
Mal pode se distrair,
Pois as lutas seguem,
silenciosas e sangrentas
De velado desespero

Segue a busca de um Deus
Ou d'alguém que o represente
Mas só se vê o caminho à frente
E o labirinto....
Seja crente!

Mas não se sabe
Se detonado já foi o paraíso
Ou simplesmente invadido
Por gente sem juízo

Então tudo se esvai
Ficando pelo caminho os registros
E há quem se engane
Mas ninguém se esconde
Do céu aberto d'um labirinto

Ao longe avistará o protetor,
O cobertor...
E onde há lágrimas
Talvez música,
E risos e descobertas

Mas só talvez...
Pois supomos tudo d'um olhar
De proteção a despedidas,
De burburinhos a vazios salões

E às vezes,
Mas apenas às vezes,
Temos que sentir a música triste,
E chorar com ela,
Chorar por ela...

Querer voltar,
Tentar caminhos,
de trás pra frente,

Para que a dor se desfaça,
Voltando e desafinando,
E tudo se refaça,
Foi tudo um sonho!

(Taciana Valença)



Condemn you
Or ...
Come up,
The maze -

the same
Where snakes crawl
And in heaven, the creator works
between creature works, fall,

The driving
Men laughable seriousness
And smiles serious -

A maze of surprises
Little or nothing predictable

Some contemplate
About face
And who is happy,

And contemplating die
Among their own teeth
In the vacuum of madness
the dispute d'a place
That is not even our


And the hands,
dripping
  nonexistent in walls
show
paths that do not lie

And speed
No brakes
Reach the edge of the abyss,
Falling (or not)

And is surprised
Realizing that can return
(In the time?)
Preferring to embrace your way
Whose soul chose
Before the pitch

Who arranges your tie
You can also hang you,
And yet believe
In the breath of his mouth and perfume,
But the soul does not smell ...

Dear glasses
What's so dark blind,
Hiding the lack of courage
To face the sun forward

insecure security
Where choices can
And they should not,
Or should and can not

Some do not know of its landscapes
Because the sound of the club touches highest
That consciousness itself

And your bodyguard
He can not be distracted,
For the fights follow,
silent and bloody
Of veiled despair

Follows the search for God
Or d'someone to represent
But only see the road ahead
And the maze ....
Be believer!

But it is not known
If walkthrough was already heaven
Or simply invaded
For people without judgment

Then everything is gone
Fallen by the wayside records
And some mistake
But no one hides
Open sky d'a maze

The distance will sight shield,
The blanket ...
And where there are tears
Maybe music,
And laughs and discoveries

But just maybe ...
For all assume d'a look
Protection to farewells,
Rumbles of the empty rooms

And sometimes,
But only sometimes
We have to feel sad song,
And cry with her,
Weep for her ...

Want to return,
Try paths,
backwards,

For the pain to come apart,
Going back and out of tune,
And everything redo,
It was all a dream!

(Taciana Valença)



sexta-feira, 12 de setembro de 2014

GOSTO / TASTE


O gosto resvalou
Passando longe do palato
E a memória, 
Já tão sem história
Mais uma vez reclamou

(Taciana Valença)



The taste slipped
Moving away from the palate
And the memory,
Already so no history

Once again complained

(Taciana Valença)


domingo, 7 de setembro de 2014

Andou chovendo tristeza... / Walked raining sadness


E nessa tarde chuvosa,
os pingos não encontraram as folhas,
morreram frios no impacto das telhas,
escorrendo chorosos no vão da ilusão
Os pássaros sem abrigos,
Já não são mais sorrisos
E na provável estiada,
Sentirei falta das flores,
Que faltaram com a chuva
E se foram, do nada

(Taciana Valença)

Walked raining sadness


And on that rainy afternoon,
the drops did not find the leaves,
died in the impact of cold tiles,
runny weeping in vain illusion
Birds homeless,
They are no more smiles
And the likely Estiada,
I'll miss the flowers,
Who missed the rain
So they went out of nowhere

(Taciana Valença)



segunda-feira, 1 de setembro de 2014

ESSA CHUVA (TACIANA VALENÇA)


Porque a chuva
Foi feita pra molhar...
Escorrer no rosto
Passar a língua,
Sentir o gosto -
Acariciar os ombros,
Laçar a cintura, 
Assanhar os cabelos, 
Deslizar nos dedos...
Molhar tua boca
Despertar desejos
Desfalecer grudada
Na tua roupa

(Taciana Valença)

domingo, 24 de agosto de 2014

A UM AMIGO


Houve um tempo
Em que a praia era nossa -
A vida nos sorria e o vento
Secava a água em nossas costas

Houve um tempo
Não muito longe,
Em que os sorrisos se esbarravam,
E as palavras tinham sabor de vida

Houve um tempo
Em que nem chovia -
Os pés corriam, afundados na areia
E as ondas eram risos desafios

Houve um tempo
Dos sonhos d'um destino
Que reluzindo ao longe
Brilhavam nos olhos do menino

(Taciana Valença)

TODO O SENTIDO


Morre-se então
Na fúnebre beleza
De não mais sorrir
A maquiagem cedeu
Ao orvalho do tempo
Falecido colorido
De vã vigência
Curta abrangência
Porém amplo sentido de ser
De ter sido,
Somado, subtraído -
Tempo vivido, que jaz
Abusado, cansado, espremido -
E agora esse tudo, 
Faz todo sentido

(Taciana Valença)

segunda-feira, 4 de agosto de 2014

NINFA


Verás,
que viverei o tempo da tua vida
Mas não me olhes tanto,
para que as ideias não se misturem,
Não me pertubes,
Quando estiver a banhar-me,
Debruçada em Régias Vitórias
Num mundo meu,
Vende os olhos a mim
ao meio dia,
Ou renda-te, ao ninfoléptico entusiasmo
D'uma inspiração divina -
Torne-me musa,
Mas com cuidado,
Posso roubar teu coração!

(Taciana Valença)


ACUIDADE


Impulsos,
rígidos conceitos...
O desconhecimento da abrangência maior
Do que ninguém nem nada define,
Anátema?
Perdem-se conceitos,
Julgam sem a devida acuidade
O mundo, o amor, os mistérios
Ah! Os mistérios que se confundem,
se fundem,
Espantam os pouco preparados
Os retos, 
Os fracos!

(Taciana Valença)

quarta-feira, 16 de julho de 2014



Alguns verões passam
Um tanto apressados
Alguns em vão,
simplesmente se vão -
Algumas pessoas ainda estão lá
Mas certamente não são as mesmas
Na tentativa de prendê-las,
 nos escapam...
Ah... que triste quando partem,
Partem após partirem nosso coração,
E nem deixam saudades,
E sim marcas,
Nos olhos que já nem mesmo as veem
Nunca mais,
Não da mesma forma,
Pois as maturamos
Por tanto e tanto tempo
E nada delas ficaram,
Nada,
Além do que jamais foram

(Taciana Valença)



FRAGMENTS

I catch from you 
So little fragments 
Perhaps sparks 
That you let escape 
In a insane persistence 
To omit yourself 
I regret with sadness 
That feel from me 
Any interference 
Like I could extract from you 
Some secrecy 
But respect 
So kept and smart 
Point of view 
Just wanting to make you know 
How I can be relief 
Any time you want 
At yours heights...

( Taciana Valença)

quinta-feira, 10 de julho de 2014

Poemas de Guardanapos



Rabiscos, quase riscos,
num azul amassado,
registro confidente,
um quase segredo -
d'alma em rebelião,
um ponto, um desabafo
um poema de supetão

(Taciana Valença)

quinta-feira, 3 de julho de 2014

NA TORCIDA!!!!!!!!!!!!!!!!

Homenagem ao teu dia

És alma que me foges a todo momento
Nas alegrias tão boba
Nas tristezas um só lamento
Insistir em ti
... É como jogar
Oferendas ao mar
Que engole cada palavra
Ou quem sabe
Carrega para as profundezas
Para a calma do desfrute
Ou mesmo devolve
Cuspindo à beira
Devolvendo indignada
Uma enxurrada de besteiras
Mas perdoa-me
Pelas faltas de acertos
Por esquecer palavras
Nos cantos dos becos
Por às vezes ser este oco
Como mato cortado por um louco
Tú que tanto és pra mim
Pelo que te sou tão pouco
Taciana Valença

EU MORO NUM VERSO (TACIANA VALENÇA)