quarta-feira, 30 de setembro de 2015

HORA DE PARTIR


Terra adubo se desfaz,
Sementes mentem -
Sem brotos...
Morrem asfixiadas
Num morno olhar sobre o jardim,
Agora em preto no branco - 
Secas lágrimas já sem prantos,
Nem mesmo valem um sei lá,
Até logo...
Felicidade vencida,
Segue o rumo; 
Esquece o jardim que não brota mais
Penso nos suspensos,
Subindo em toras de madeiras,
Ver o mundo lá da ribanceira,
Sim, isso é aventura
Ser riso colorido,
Frio na barriga,
Lá de cima as cores se misturam,
Um sopro de brisa
Onde algo jaz

(Taciana Valença)

domingo, 20 de setembro de 2015

NÃO FOI NADA









Suicidada.
Nada mais havia
Cortina trêmula,
Um pé atrás do dia -
Como aconteceu?
Cadê eu????????
Silêncio,
Paz -
Mundo parado...
Um quadro que se mexeu,
Pesados olhos
Teimosos,
Pálpebras coladas,
Ahhhhhhhhhhhhhhhhhh,
Entregue assim,
Ao nada -
Um louco grita,
Moço do cuscuz que apita -
Algo levita,
ôpa, não foi nada!

(Taciana Valença)




terça-feira, 15 de setembro de 2015

Repúdio




Repúdio,
Trancando portas,
Tapando fendas,
Vedando os olhos,
Fechando o coração

Repúdio,
Bloqueando a emoção

(Taciana Valença)

sexta-feira, 11 de setembro de 2015

FELICIDADE A CONTRAGOSTO



Se prefere a dor
Prefiro descansar o ventre
No colo do teu coração
Prefiro deitar a boca
Nos lábios do que me é paixão
Deitar na grama suave
Sentir entardecer o dia

Se prefere a dor
Prefiro as flores,
Sorriso bobo
Leveza de ser apenas
Sem cobrar dos dias 
Mais que calma felicidade

Se prefere a dor,
Prefiro um sorvete,
Uma tapioca na esquina,
Um café de boteco, 
Correr feito menina;
Deixar a corrente me levar
Na vida desse grande mar

Se prefere a dor
Prefiro andar de bicicleta
Ver o suor escorrer no rosto
Encarar as paisagens 
Esquecer os desgostos
Tomar uma água de côco
E ser feliz a contragosto

(Taciana Valença)

quinta-feira, 10 de setembro de 2015

OÁSIS





Sal que derete
Ponta da língua,
Saliva,
Boca seca
Salinando corpo,
Vazando n'alma
Sedenta de doçura
De cândidas verdades,
Mimos da vida;
Sede, sede, sede...
Banhada em sonhos,
Na loucura de ser oásis
Mergulhada silenciosamente
Na imensidão
De sucessivas marolas
Acariciando o que sangra,
Singrando em lapsos de loucura
Nadando contra ondas de verdades -
Imenso mar
Num eu oásis

(Taciana Valença)

PRAIA DOS CARNEIROS

















Verdes cabeleiras rendem-se ao sopro dos ventos, 
o mar, acanhado, lambe suavemente os pés da divindade, 
o balanço da rede, os pés virados para o horizonte, 
um convite dos deuses, um afronte. 
Dar as mãos ao mundo, correr na liberdade d'um universo. 
Jogar-se ao mar, mergulhando na morna carícia deste lugar. 

(Taciana Valença)

quarta-feira, 9 de setembro de 2015

TONS DA VIDA



Equilibrar-se
No universo de tons que a vida me dá
Acertar as cores, andar no ritmo
Não perder o compasso do tempo
D'um larápio tempo que me rouba as horas
Extasiada findo o dia
Rubra noite que se clareia
Colchão d'água
Travesseiro de areia...

(Taciana Valença)

EU MORO NUM VERSO (TACIANA VALENÇA)