eu falaria sobre a chuva
se alguém desejasse escutar
da calmaria do som
da calmaria do som
como cristais,
explodindo sobre folhas
cujo verde estremece,
de frio e êxtase,
e adormece,
num desmaio
do não conter-se
renascendo sob o sol,
um formigamento
invadindo entranhas
d'uma alegria estranha
renascer-se
eu falaria das mãos
que juntam-se e se dispersam
das bocas, das pressas
dos braços e abraços
dos vazios espaços
do que tão junto
tornou-se vulto
do não lembrar
de esquecer-se
eu falaria tanto
quanto esse pranto
e dessa dormência
nesse amargo mover-se
se me deixasse falar...
(Taciana Valença)
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