quinta-feira, 29 de agosto de 2013

AMARELINHA

 
e a menina
que ansiosa
 pulava amarelinha
olhos brilhantes
rumo ao céu
coração acelerado
em alegria pura,
d'um intenso viver
enfim chegou
e não era assim,
tão estrelado
seu sorriso
agora amarelado
viu que o mundo
pode ser perturbado
e que estrelas se buscam
não sendo nada na vida
fácil de ser encontrado.
 
(Taciana Valença)


terça-feira, 27 de agosto de 2013

JÚRI

 
Não importa fazer jus às juras
Se mesmo assim somos julgados
Talvez absolvidos
Mesmo que dantes condenados
Pois o júri não crê em juras
Quando as juras são infundadas
 
(Taciana Valença)

segunda-feira, 26 de agosto de 2013

Delicadeza....

 
 
 
D'uma delicadeza triste
O olhar morreu
Ali, na noite
Sobre as canoas, d'um fogo
Q'ueardendo em lágrimas
Insuflou o mergulho
Profundo, águas frias
Fuga e busca d'uma efígie,
Inútil, apenas escuridão
E a vontade de ir mais fundo
Das profundezas fiz meu paço
Um sopro
Um olhar para superfície,
O vermelho do fogo
Num silêncio, sem canoas
A marca fincou a alma
Pulsa a efígie no peito
Num espraiar gélido e profundo
Em outro mundo...
 
(Taciana Valença)


domingo, 4 de agosto de 2013

Escasso Doce


Palavras emudeceram
Circunstâncias adversas
Olhar perdido
Além  infinito
Alma incrustada
Petrificada
Escasso doce
Colheita do paraíso
Resta o que não se vê
Dessa janela...
Nesse esconderijo
Não mais abrigo
 
(Taciana Valença)


ESTRANHAMENTO

 
 
Como oferenda,
Pus-me, diante da imensidão
Aguardando a lua,
Cabisbaixa e apreensiva.
Ponteiros seguindo,
 sem dó,
nada no horizonte...
Espera a pungir-me
Além dos silvos
além das ondas...
Ela não nasceu
Cheia, média ou minguando
Sumiu, diante da minha espera
A última vez que a vi
Tarde já era
Deveria estar no alto
Mas estava ali,
Parte no mar,
Parte no horizonte...
Estranhei
Acompanhei
Mas ficou ali, parada
E hoje ela não veio
Só haveria eu e ela
além do mar e dos céus
Nem mesmo tristeza
Abrandou tal ato punitivo
Eu vou ficar aqui,
Quem sabe volte
Imensa e brilhante
E que meus olhos daqui levante
 
(Taciaa Valença)
 
 
 
 
 


EU MORO NUM VERSO (TACIANA VALENÇA)