Sentia o vento bater no meu cabelo. Olhos fixos na janela
observavam as montanhas.
Vez por outra olhava firme a estrada. O mundo era tão grande, pensava.
Os morros de
cabeleiras verdes pareciam gigantes. Amedrontadores. Enfeitiçadores.
Do banco
de trás olhava o perfil do meu pai. Suas mãos ao volante davam a sensação de
segurança. Agitado, o lenço vermelho de minha mãe despertava minha atenção,
mais do que sua voz firme, sempre tão segura. Será que ela nunca tinha
dúvidas? Talvez não. Nem sei.
Muitas vezes pensava por que estava ali, por que
aqueles eram meus pais e além daquela longa estrada, para onde iríamos?
Estrada, tempo, vento, pessoas e vida, coisas que até hoje encabulam meus
pensamentos e embrulham meu estomago.
O que será que eu vim fazer aqui?
(Taciana Valença)
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