sábado, 5 de abril de 2014

O riso do juízo


 

 
O sorriso sempre fora assim, contido.
Gargalhadas, poucas,
Sempre tão comedidas;
Um rabo de olho pela vida
Desconfiada, na defensiva.
Esperando sempre por alguma coisa.
Que coisa essa que não sacia?
Felicidade acanhada,
Vida assustada, na retranca.
Moça que não se lança,
Mulher que a si não alcança.
Um pé na valsa, outro no juízo.
Se a si coubesse,
Nem mesmo teria nascido.
 
(Taciana Valença)

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EU MORO NUM VERSO (TACIANA VALENÇA)