domingo, 2 de abril de 2017

ENSOPADA DE MIM


Torrencialmente

Ensopada de mim

Vivo extremos

Sem medo

Que me borre maquiagem

Ou mesmo desmanche os cabelos

Que na verdade adoro despenteados

Ou presos num coque displicente

Quanto mais eu melhor

Desligada sim

Ao que não me convence

Nem nunca convencerá

Superficialidades me cansam

Tanto quanto mal caratismos

Pessoas verdadeiras me fascinam

Da mesma forma

As que tem o que dizer

Pois encanto-me 

Com o que é encantável

Máscaras me enojam

Minha sensibilidade

Será sempre escudo

Por isso às vezes

Preciso apenas de mim

Assim, ensopada de mim mesma

Num delicioso dia de chuva

(Taciana Valença)

3 comentários:

  1. Poeta que contamina, com seus versos os corações , encharcados das superficialidades mesquinhas de um mundo que, hoje, teima em ser mais verdadeiro do que a beleza que emana das pessoas simples, verdadeiras, sensíveis que se orgulha em ter seus cabelos e faces encharcados ,do mesmo modo que se sente gente, pura e simplesmente por ser verdadeira como a chuva e tudo que nos foi dado por DEUS mesclando-nos com a verdadeira beleza, que é simples e bela pela sua própria natureza...

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    1. A Poeta por ser sensível ao mundo e ao que a rodeia tem as palavras que alimentam almas.

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  2. Difícil é não ficar encantado com cada verso... Num momento é como uma brecha na fechadura da sua alma por onde olhamos e nos gratificamos ao vê-la "ensopada" de si mesma!

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EU MORO NUM VERSO (TACIANA VALENÇA)