sábado, 26 de setembro de 2020

Um corpo, apenas

 Um corpo apenas,

solto na madrugada,
vagando em pensamentos...

Copo na mão, água sem solução.
Aos poucos um som,
invadindo a sala.

Primeiro tão longe,
até tocar a alma.

Notas que chamavam,
choravam, falavam...

Quem seria o dono das notas tristes
na madrugada fria?

Tantas janelas...
E uma tristeza ímpar.

Notas respingavam em meu copo,
tão sutis e tão profundas...

Da janela apenas o som,
e as folhas das árvores,
numa cadente melancolia.

Uma sombra, entre a cortina,
revelou-se,
na lentidão de movimentos.

Quase parado.
Dorso sombreado,
marcas na madrugada.

Já não estava só.
Eram mundos de tristeza.
(Taciana Valença)

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EU MORO NUM VERSO (TACIANA VALENÇA)