segunda-feira, 15 de março de 2021

ETERNO VAZAR



Sucumbo, medo e fascínio,
porque já é tempo
de não sufocar.
Deito, estado liquefeito,
receio espalhar...
Derramo-me,
pés de cama, terra...
Penetro,
lava incandescente,
adentrando núcleo,
sem respirar.
Busco ponto, origem,
queimando n'um vagar.
Derreto-me por inteiro,
fogo, suor, braseiro...
Não acho canto, nem ponto,
nem mesmo pranto a aquietar.
- Não, aqui não me cabe,
jamais aqui me coube.
Sou um eterno vazar...
Taciana Valença

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EU MORO NUM VERSO (TACIANA VALENÇA)