sexta-feira, 30 de janeiro de 2015

Caminho / Passage







Durante o caminho existem curvas, atalhos, rios sem pontes, sem barcos...Bichos que mordem e outros que fazem a vida mais bela. Há os que apenas assustam, mas nos acostumamos com eles e na verdade aprendemos a nem mais percebê-los. Durante o caminho nossa mala diminui, vira uma mochila com o básico, pois o essencial carregamos em nós. Com o tempo, quem nos trata bem pelo tamanho da nossa mala, sumirá das nossas vidas. E que bom! Esses realmente são dispensáveis. No final restará apenas quem somos, a descoberta de nós mesmos, e nesse momento, os que permanecerem ao nosso lado serão apenas os que realmente valeram a pena ter conhecido nessa longa jornada, que tenho certeza, não termina aqui. Certamente estaremos juntos em outros caminhos, talvez mais longos ou, quem sabe, muito menos. Vamos seguindo, há muito a vencer.
(Taciana Valença)



Along the way there are curves, shortcuts, rivers without bridges, without boats ... Animals that bite and others who make life more beautiful. There are those who just scared, but got used to them and actually learn to see them no more. Along the way our suitcase decreases, becomes a backpack with the basics, as the essential carry in us. Over time, those who treat us well by the size of our suitcase, will disappear from our lives. And good! These really are not necessary. At the end there will be only who we are, the discovery of ourselves, and then, those who stand beside us will be only those who really paid off have known this long journey, I'm sure, does not end here. Certainly we will be together in other ways, maybe longer or perhaps much less. We follow, much to win.

(Taciana Valença)



quarta-feira, 28 de janeiro de 2015

CASMURRO = PIGHEADED



Ao casmurro, a delicadeza,
Leve qual pluma,
Acariciando a face,
Na molície d'um afago
Furtando-lhe o martelo,
Num manso sedativo -
Sagrando o filtrado, 
Descartando o amargo
De maldade risível
Revelando o ser, 
Que se abre festivo,
Como personagem único
Das páginas d'um livro

(Taciana Valença)

The stubborn, delicacy,
Take what plume,
Stroking the face,
In Molicie d'a cuddle
Stealing his hammer,
In a gentle sedative -
Sagrando the filtrate
Dropping the bitter
Laughable evil
Revealing being,
That opens festive,
As the only character
Pages of a book d'


(Taciana Valença)

quinta-feira, 22 de janeiro de 2015

CÉUS E DELÍRIOS / Heaven and delusions


E então, já não importa a poltrona. 
Olhar a asa do avião algum dia me pareceu aterrorizante. Pode imaginar? Nem eu! 
Hoje, acho que deixo um pouco de mim em cada plataforma, em cada saguão. Ou será que já me deixei inteiro por aí? É que ultimamente tenho me sentido leve, um tipo de leveza preocupante, de quem não se importa com coisas que um dia considerei importantes. 
Estranho isso? Um pouco né? Quem sabe esteja amadurecendo além do que a vida exigiu?
É, pode ser isso. Mas quer saber? Pouco me importa o que seja. Olhar agora para essa asa que parece flutuar nos céus chega a me dar um certo conforto. Já não temo mais o destino, de tanto que o enfrentei. Que se cumpra. Continuarei sendo o personagem favorito da história da minha vida.
Penso agora, nesse segundo, que enquanto solto em imenso céu, cobrindo parte do meu caminho, alguém morre de fome, é assassinado, sofre desilusão, cumpre pena suprema talvez por ato banal, trai ou sofre a dor da traição, corre contra o tempo sem nem mesmo viver cada momento, vive suas dores sem se deixar contemplar a vida.
Cheguei a conclusão que somos feitos de sortes e acasos, por mais que tentemos escrever nossos destinos. 
Talvez esteja na idade da contemplação. Às vezes observo as pessoas, o mundo, a correria dos dias e acho tudo tão banal, tão inferior ao que alguém um dia me prometeu. Ou ninguém me prometeu nada? Sei lá.  Talvez eu mesma não tenha cumprido minhas promessas. Errei o caminho e deixei no piloto automático, só para ver onde vai dá. Com lapsos de arrependimento, vez por outra volto a assumir minha posição, mas tudo começa a parecer tão igual...
Bem, acabo de chegar ao meu destino (um desses qualquer). Deixo aqui meus delírios de enfermo sadio. Em algum lugar alguém espera por mim. É assim que deve ser.
Vou vivendo nas plataformas da vida. Um dia de cada vez, tendo nos céus essa pequena guarida.

(Taciana Valença)




And then it does not matter the chair.
Look at the wing of the plane ever seemed terrifying. Can you imagine? Neither do I!
Today, I think I leave a bit of me in each platform in each lobby. Or have we let myself all around? It is that lately I have been mild sense, a kind of disturbing lightness, who does not care about things that once considered important.
Strange is that? A little right? Who knows is maturing beyond what life imposed?
It may be that. But you know what? I do not care what it is. Now look to the wing that appears to float in heaven comes to give me a certain comfort. Have no fear more the destination, both of which faced him. Let there be accomplished. Still be the favorite character of the story of my life.
I think now, this second, that while loose in immense sky, covering part of my way, someone dies of hunger, is murdered, suffer disappointment, meets supreme worth perhaps banal act, betrays or suffer the pain of betrayal, race against time without even live every moment, live their pain without being contemplate life.
I concluded that we are made of lots and chances, try as we might write our destinations.
Maybe it's age of contemplation. Sometimes I observe people, the world, the rush of the day and find it all so banal, so inferior to what someone once promised me. Or no one promised me anything? I do not know. Maybe I myself do not fulfill my promises. I missed the way and left on autopilot, just to see where it will take. With lapses of repentance, occasionally return to take my position, but it all starts to seem so like ...
Well, I have just arrived at my destination (any of these). I leave here my delusions of sound sick. Somewhere someone waiting for me. This is how it should be.
Livin 'on the platforms of life. One day at a time, and in heaven this little den.

(Taciana Valença)





terça-feira, 20 de janeiro de 2015

Dores da vida / Pains of life























Muda-se, morrendo a cada instante,
Dores do que decidi-se extirpar,
Algo impregnado, incorporado,
Dói, dói... como toda metamorfose,
As horas trarão alívio, 
E enfim a alma se liberta,
Livre para um novo tempo,
Renovada, confiante,
Em passos certos d'um ser errante

(Taciana Valença)

Moves, dying every moment,
Pains that decided to uproot,
Something impregnated, corporate,
It hurts, it hurts ... like all metamorphosis,
The hours will bring relief,
And finally the soul is freed,
Free to a new time,
Renewed, confident,
In certain steps d'a being wandering


(Taciana Valença)


sábado, 17 de janeiro de 2015

SENTIMENTOS AO MAR / FEELINGS TO THE SEA



Lá, onde céu e mar se fundem,
Impacto de ilusões,
Mansidão, corrosão,
Solidão, multidão...
Extremos e unos,
Confundem, embaçam a visão,
Ventos que vestem,
Também despem e acariciam,
Sol , a luz, o caminho,
Escuridão, inquietude, sem ninho
Perco-me no horizonte,
Solta num mundo a girar,
Sem corrimão,
Mão ou contramão...
Olhar perdido tenta conter o momento,
Segurar  ponteiros,
Enxugar  pensamentos,
Água que respinga e acorda,
Brisa que arrepia, sem constrangimento
Arrefece o coração,
Que ao mar se joga
Aliviando o sofrimento

(Taciana Valença)

There, where sky and sea merge,
Impact of illusions,
Meekness, corrosion,
Loneliness, crowd ...
Extreme and unos,
Confuse, blur vision,
Winds wearing,
Also undress and caress,
Sun, light, path,
Darkness, restlessness, without nest
I get lost in the horizon,
Loose in a world spinning,
No handrail,
Hand or against ...
Staring tries to contain the time,
Holding hands,
Wipe thoughts,
Water splashes and wakes,
Breeze chills without embarrassment
Cools the heart,
That the sea is played
Alleviating suffering


(Taciana Valença)

EU MORO NUM VERSO (TACIANA VALENÇA)