segunda-feira, 28 de novembro de 2016

ANISTIANDO O CORAÇÃO


Há momentos em que precisamos anistiar o coração. Seguir um pouco sem ele. Esse bobo que me carrega pelas mãos, faz sentir pena, saudade, vontade de ver as pessoas felizes. Chega! Uma trégua para que eu possa me mover um pouco sem essa alma, bondosa demais para sobreviver a um mundo onde os sentimentos ficam em segundo plano. Que coisa! Será que ela não aprende que a vida é prática? Que ninguém tá nem aí para sua sensibilidade, para seus olhos piedosos? 

Basta, um pouco de prateleira para que eu me acostume que a vida é mais funcional se não formos tão sensíveis. Talvez um dia, dois, sei lá. Esquecer um pouco que ele existe e seguir vazia, como tantas pessoas que sorriem vagamente, que amam convenientemente e trabalham exaustivamente para mostrarem uma felicidade que não possuem. Mas também não sofrem, pois nem sentem que são esses ocos de vida.

É isso aí, só por hoje, como um viciado  diria, só por hoje, fica ali, guardado em cima da prateleira. Vou produzir mais assim, afinal, tá todo mundo assim. Adaptar-me a isso é uma questão de sobrevivência.

(Taciana Valença)


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EU MORO NUM VERSO (TACIANA VALENÇA)