domingo, 10 de junho de 2018

Última celebração


Pelas frinchas entre os sepulcros
jazem almas arrependidas,
tontas, tagarelando asneiras
perdidas sobre vidas banidas.

Moldagens erradas
n'arquitetura das memórias.
Para onde foram as glórias?
Donde estão os pergaminhos?
Jaz o corpo sem domicílio
sob argamassa de ilusão.
Impropérios dirão aos Deuses
sobre seus próprios engodos.
Dissimulados não enganam a todos.
As cortinas se fecham
e não há fio de sangue nos costados,
mas um mundo a ser julgado.
E se o juiz errou por um triz
ou corromperam nossas astúcias?
Por que agora mastigar a vida,
das pálpebras fechadas aos fios de minúcias?
Tempo de vento cruel,
d'um alívio dorido e de sorte.
Mundo que se derrama em vida,
dias em sentença de morte.
(Taciana Valença)

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Deixe aqui um comentário, é muito importante para mim. Obrigada.

EU MORO NUM VERSO (TACIANA VALENÇA)