Pelas frinchas entre os sepulcros
jazem almas arrependidas,
tontas, tagarelando asneiras
perdidas sobre vidas banidas.
Moldagens erradas
n'arquitetura das memórias.
Para onde foram as glórias?
Donde estão os pergaminhos?
Jaz o corpo sem domicílio
sob argamassa de ilusão.
Impropérios dirão aos Deuses
sobre seus próprios engodos.
Dissimulados não enganam a todos.
As cortinas se fecham
e não há fio de sangue nos costados,
mas um mundo a ser julgado.
E se o juiz errou por um triz
ou corromperam nossas astúcias?
Por que agora mastigar a vida,
das pálpebras fechadas aos fios de minúcias?
Tempo de vento cruel,
d'um alívio dorido e de sorte.
Mundo que se derrama em vida,
dias em sentença de morte.
(Taciana Valença)
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Deixe aqui um comentário, é muito importante para mim. Obrigada.