sábado, 25 de abril de 2020

Vida, essa farsante









Espreita, discreta.
Pernas cruzadas,
acomodada na cadeira.

Olhar soturno,
observando o rebuliço.
Recatada, invulgar perceber.

Vê desfilar diante de si
todo infortúnio e infâmia
de uma farsante vida.

Episódios em fascículos,
que nem mesmo merecem
encadernação.

É preciso um toque feérico
para que tudo se suporte,
e a felicidade , enfim, aporte.

Na fealdade do que observa,
drena o que há de fétido,
dopa-se, doses diárias.

Colírio alucinógeno
forçando brilho nos olhos, 
e na passarela se vejam borboletas
onde ratos desfilam farsas e ódio.

Taciana Valença

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EU MORO NUM VERSO (TACIANA VALENÇA)