quinta-feira, 2 de julho de 2020
sábado, 23 de maio de 2020
LIVRO
LIVRO DE PÉ,
LIVRO DEITADO,
LIVRO LIDO,
LIVRO GUARDADO,
LIVRO LIVRE,
LIVRO EMPILHADO,
LIVRO DOADO,
LIVRO EMPRESTADO,
LIVRO PERDIDO,
LIVRO DADO,
LIVRO ALEGRE,
LIVRO AMUADO,
LIVRO TOSCO,
LIVRO APURADO,
LIVRO NOVO,
LIVRO MOFADO,
LIVRO APRENDIZ,
LIVRO DOUTORADO,
LIVRO INSOSSO,
LIVRO SALGADO,
LIVRO SEM JEITO,
LIVRO APRUMADO,
LIVRO ARDILOSO,
LIVRO CONFIÁVEL,
LIVRO PHD,
LIVRO ABOBADO,
LIVRO LEVE,
LIVRO TRAVADO,
LIVRO RUIM,
LIVRO ARRETADO!
TACIANA VALENÇA
segunda-feira, 18 de maio de 2020
Apenas eu
Mudei teu nome,
sobrenome...
A imagem,
antes tão nítida,
embaçou,
desfocou,
e, enfim, se desfez.
Não mais certezas,
nem mesmo talvez.
E de tudo que se deu,
sem maiores surpresas,
restou apenas eu.
Taciana Valença.
domingo, 10 de maio de 2020
IMAGEM
Há dias em que as manhãs
parecem mais claras.
Ruga na testa,
raio X da alma.
Sabe aquela coisa que desassossega?
Desacalma?
Espelho imposto.
Mão invisível
a te virar o rosto,
para que encare o aqui.
Imagem nítida.
Nada de tosco ou fosco,
cobrando, autoritária,
os dias de posto.
Taciana Valença
Foto: Felipe Abreu
sábado, 25 de abril de 2020
Vida, essa farsante
Espreita, discreta.
Pernas cruzadas,
acomodada na cadeira.
Olhar soturno,
observando o rebuliço.
Recatada, invulgar perceber.
Vê desfilar diante de si
todo infortúnio e infâmia
de uma farsante vida.
Episódios em fascículos,
que nem mesmo merecem
encadernação.
É preciso um toque feérico
para que tudo se suporte,
e a felicidade , enfim, aporte.
Na fealdade do que observa,
drena o que há de fétido,
dopa-se, doses diárias.
Colírio alucinógeno
forçando brilho nos olhos,
e na passarela se vejam borboletas
onde ratos desfilam farsas e ódio.
Taciana Valença
ECO DISTANTE
Bravo silêncio
que a garganta me corta
ao surdo bater da porta
num eco distante
ao me trazer de volta
sopro de instante
ao cais que me aporta.
Taciana Valença
(18 de maio de 2012)
terça-feira, 21 de abril de 2020
FORA DO CALENDÁRIO
Cuspi o poema amargo, mentiroso, desequilibrado.
Folha solta.
Pobre,
raso,
a se debater sem foco ou oxigênio.
Imperfeito, mutilado,
revolvendo-se em pesadelos.
Céu escurecido,
ausente desvelo.
Sonhos rasgados, muda voz.
Nada expressa, nada expressou.
Nem lágrima
nem dissabor.
Tonto, sem sentido ou libido.
Versos sem tesão, coração,
água ou pão.
Piso de cascalho donde a vista não compensa caminhada. Não há nada.
Poema chulo, perdido no calendário.
Modos presos,
teia mediocridade.
Garganta arranhada,
garras covardes.
Num escarro
volte ao chão!
Não há nem mesmo peito
onde uma lança se crave.
Sem salvação.
Taciana Valença
Foto: Taciana Valença
MUNDO MUDANDO
Não mais a voz, mas as vozes.
Não mais a vez, mas às vezes.
Mundo mundano, mundo mudo.
Mundo mudando.
(Taciana Valença)

DELICADEZA
Tempos mel,
segredos abelhas,
zumbir constante.
Ludibriados direitos à inocência.
Comia ternura, adivinhava abraços.
Pitangas doces vermelhas em explosões inesperadas.
Sombra em água perfumada.
Frágil alma dentro das saias, arrepiando-se em sintomas do coração.
Furtivo tempo d'uma ilusão.
(Taciana Valença)
domingo, 1 de março de 2020
VAGANDO NO VAZIO
Não me obrigo a sorrir
por me cobrarem felicidade.
Prefiro lábios firmes, mesmo que tristes,
a sorrisos largos e vagos de vaidades…
Segue canção alternando dias,
muitas vezes a estação não escolho,
dias sem luz, noites sombrias,
em portas trancadas por ferrolho.
E se a alegria me cabe, sem mais,
assim, por um segundo que seja,
sem que pareçam tão formais,
sorrio e brindo feito princesa.
É que a vida resvala
nas mãos de um tempo escorregadio,
nos trancando na senzala
do imenso abismo do vazio.
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