Então eu a olho e ela parece me abraçar Abraçar minha vida Engolindo as janelas da minha casa Sentada na mesa da cozinha Posso ficar horas a encará-la Sentindo que me questiona Investiga-me Chego a sentir o vento Quando impacientemente suas folhas Cobram-me respostas Olho para a xícara de café A esfriar sob os pensamentos Enquanto ela espera Sinto-me pequena Imatura Quem sabe uma farsa Às vezes perdida Rodeada de gente E sozinha... Eu, ela, o café, a cozinha... É quando os pensamentos são únicos Alguns um pouco viciados Magoados Destravo a tranca e espalho Todos à minha frente E ela balança Parecendo contente Mexo, investigo, choro Um choro contigo Amarro tudo então Como uma trouxa Um último olhar E jogo tudo em seus galhos Ela sente, retribui Gargalho...
Nunca desejei ser mulherão, ao contrário, ser pequenininha
sempre me fez bem. Parece que dá um quê de desproteção e isso faz com que
queiram te proteger sempre. É muito gostoso e deixa ummimo no ar. O ruim é quando esse ser que
parece desprotegido mostra seu lado forte, bravo e destemido. Para algumas
pessoas parece uma realidade desconcertante. Como lidar com esse “bicho” de
duas faces? De onde veio isso tudo? Como coube?
É, muitas vezes eu
sinto que é assim. Como a pessoinha que fica de ponta de pés pra beijar na boca
pode ser tão forte? Parece que isso às vezes confunde, encabula mesmo, mas é
isso aí: sou boa, mansa e menininha quando quero, mas posso ser brava, má e
mulherão quando me convém ou quando pedem por isso.
O desencanto é como uma luz que se apaga, um caminho que se fecha, um sonho que se desfaz... Acender outras luzes é preciso, precisamos de encanto para viver!
Dança.... Pois que a valsa da noiteEm teus pés não há de findar-seMesmo ao sentir doloridos os pés...Eaté mesmo ao rodopiar sentir-se tonta
Dança....
Pois que valsa da noite Ao findar-se pode ser triste E os pés, descalços enfim Podem parecer não existir Pois que o par perfeito Poderá ser ilusão Mesmo tendo a certeza Do perfume dele em tuas mãos....
Dança....
Pois que valsa embreaga O frio na barriga e o riso Podem ser tão vivos E tão mais precisos Do que tudo que mais precisa
Acordei sob os escombros Do meu próprio desmoronamento Da implosão retirei os estilhaços... Os incômodos estilhaços Tão pequenos e tão invasivos.... ...Antes o peso d'uma grande rocha A estes trastes estilhaços!