sábado, 25 de maio de 2013

MORTE NOSSA DE CADA DIA

 
 
E tantas vezes já morri
Flóculos de morte
Em compasso da vida
Assim morri
Tão viva e distraída
 
A dor da morte
Não pode ser tanta ainda
 
Tão mais que as mortes que vivi em vida
Esporádicas e insuportáveis dores
Mais que sofrer por mil amores
 
Alegrias são pérolas
Procuradas a cada dia
Em conchas frias
 
Tantas vezes extraviadas
Ou vindas em caixas vazias
 
Ah! Tantas vezes já morri
Renascendo como se algo
Tivesse de mim sido extirpado
 
Extorsivo por vezes
O que se paga
Pelo renascimento
 
Débito vitalício
Pra sustentar esse vício
Do purgar e sorrir
 
 
Mas pago a monta
Pra ser feliz
por estar aqui
 
(Taciana Valença)


Um comentário:

  1. Estar é tão belo, essa vida, essas paisagens que nos retiram suspiros, e morremos em cada suspiro que nos revitaliza tornando-nos apenas um olhar que simplório sabe do nosso limite!

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EU MORO NUM VERSO (TACIANA VALENÇA)