sexta-feira, 28 de junho de 2013

PALAVRAS


Eu simplesmente cheguei ali. Por acaso. Um tanto sem rumo, com vontade de nada.   

E veio o convite, que casou com o desejo de estar e ouvir, fosse o que fosse, apenas pelo prazer de ouvir. E assim, tomada pela despretensiosidade as palavras me entraram, como recados vindo de alguém que nem mesmo conhecia até então. Sabe esses recados raros, ditos numa mesa, numa conversa aberta¿ Percebi então o quanto precisamos ouvir as pessoas, o quanto palavras de pessoas que nem mesmo conhecemos podem nos fazer pensar. E são tantas as palavras que deixamos passar sem darmos atenção. Mas naquele dia eu estava disposta a ouvir. Isso fez a diferença.

Quando estamos dispostos a ouvir as palavras fazem sentido, ensinam ou simplesmente amenizam nossas dores, pois há uma troca de vivências, de valores, que de certa forma reconforta.

Eu sei que a vida anda corrida, que mal temos tempo para pensar, mas é preciso ter um tempo para ouvir as pessoas, para refletirmos. Às vezes apenas uma frase nos faz repensar tantas coisas, tantos valores. Mas se não estivermos abertos, estivermos sempre tão presos às nossas incertas incertezas, corremos o risco de perder oportunidades raras de aprendizado. As pessoas estão no mundo também para compartilharem experiências, mundos e vidas diferentes que juntos engrandecem, ensinam.

Abrir o coração e os ouvidos, um grande conselho.

 

(Taciana Valença) 

 

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EU MORO NUM VERSO (TACIANA VALENÇA)