Lá fora chove,
aqui dentro respinga.
Aleatório frêmito resvala,
causando calafrios...
É tarde, as horas ardem
enquanto percebo agora,
esporádicas gotas
ecoarem sobre as folhas.
Um quase nada, um indo embora.
E ritmado segue apenas meu coração,
bombeando os labirintos de mim,
abastecendo células, segurando a vida.
Dizem que do tamanho do punho.
Ele pulsa, e assim, mesmo paradinha,
ele bate, setenta vezes por minuto,
e eu dependo da sua auto-suficiência.
Máquina completa que me sustenta,
melhor que qualquer uma
pelo homem projetada,
sem a qual não sou nada.
É, vim da chuva ao coração,
molhei alma e mãos,
tudo aqui onde nasce meu rio,
e escorrem segredos: meu leito.
(Taciana Valença)
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