Quem dera jamais ter visto,
jamais ter lido,
nem mesmo verso primeiro.
Maldito quinto poema,
célula tronco dum morrer.
Gafanhotos em praga plantação,
não é sequer um senão.
Versos lâminas,
tiro no peito.
Maldito quinto poema,
insônia no leito.
Mergulho na lama
onde impuro se sai,
inseguro e triste,
quase incapaz.
Quem dera jamais desencantar,
bailarina movida por emoção.
Lágrima, espetáculo,
dor, perfeição.
Entre remédio e veneno,
segundos ilusão.
Sorrateiro, silencioso,
que aos olhos espetam
e ardem.
Borrada pintura
em ato criminoso
de efeito azedo.
Maldito quinto poema,
roeu ripas, virou tripas,
matou vidas.
Taciana Valença
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