sexta-feira, 11 de fevereiro de 2022

Momento

Dedos deslizam nas teclas, suaves…

num dedilhar inibido, sem pressa.
Cheirando Rhea, num transe, sem traves…
Em cada toque, a marca impressa.

Pele entende, suspiram as partes,
num ofegar ajustado, promessa.
Escondem dedos e línguas apartes.
O afagar entre si que não cessa…

Exaustas mãos se aninham no peito,
acarinhando o corpo amado,
no paraíso por eles eleito.

E não há céu e nem chão, só momento,
até o dia resolve calar
para os amantes comerem o tempo.

Taciana Valença





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EU MORO NUM VERSO (TACIANA VALENÇA)