MEDOS
Já não tenho
medo do asfalto quente
Ou do
transeunte de olhar descontente
Muito menos
do remédio ruim
Que nem mesmo
tão amargo era
Como no dito
Rei de Roma
Já não tenho
medo do escuro
Antes o que
não vejo, pois que não decepciona
Já não tenho
medo do que me falam pelas costas
Não
merecendo nem um olhar de soslaio
Com as mãos
apenas esfrego, como quem retira o pó
Pó preto e
nojento da hipocrisia humana
Já não tenho
medo de fantasmas
A bulir com
a imaginação
Se há o que
temer, temo aos vivo,
Ou temeria
se antes fosse
Zumbis
ignorantes e deveras distraídos
Seguindo a
mesma direção, atraídos por um cão
O cão da
Ilusão...
Não tenho
medo mais do abismo
Do destino
impreciso
Daquele onde
andei pelas beiradas
Nas noites
mal iluminadas,
A pensar nos
confins, nos fins e desafins
Pois o o
abismo
Onde a vida
dia desses se perdeu
Esse abismo
sou eu!
(Taciana
Valença)
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