sábado, 30 de novembro de 2013

MEDOS 
Já não tenho medo do asfalto quente
Ou do transeunte de olhar descontente
Muito menos do remédio ruim
Que nem mesmo tão amargo era
Como no dito Rei de Roma
Já não tenho medo do escuro
Antes o que não vejo, pois que não decepciona
Já não tenho medo do que me falam pelas costas
Não merecendo nem um olhar de soslaio
Com as mãos apenas esfrego, como quem retira o pó
Pó preto e nojento da hipocrisia humana
Já não tenho medo de fantasmas
A bulir com a imaginação
Se há o que temer, temo aos vivo,
Ou temeria se antes fosse
Zumbis ignorantes e deveras distraídos
Seguindo a mesma direção, atraídos por um cão
O cão da Ilusão...
Não tenho medo mais do abismo
Do destino impreciso
Daquele onde andei pelas beiradas
Nas noites mal iluminadas,
A pensar nos confins, nos fins e desafins
Pois o o abismo
Onde a vida dia desses se perdeu
Esse abismo sou eu!
 
(Taciana Valença)

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EU MORO NUM VERSO (TACIANA VALENÇA)