segunda-feira, 20 de outubro de 2014

POETA... / POET ...


Apenas seriam pétalas,
Ou pedras, ali, no meio do caminho,
Mas o poeta pôs os olhos,
E tudo se desdobrou, se moveu,
Virou feitiço, num rebuliço...
E diante d'imenso mar,
Os olhos contemplam as pedras,
Ou a concha, que guarda segredos,
Suas formas,
A conversa com as ondas,
O banho de espumas...
Pérola inquieta....
Ah, Poeta,
Essa alma rara,
De sensibilidade incompreensível,
Que sopra a vida
Dando um dedo de alívio,
Alívio tirado das entranhas,
Dos medos e das torturas
Bravo, amigo, bravo!
Guarda em ti tua própria droga,
Teu próprio antídoto,
Teu amuleto,
Que dorme em palavras tão tuas,
Que corre nas veias
Curando teu dia, 
Quem sabe um pensamento,
Um haicai, 
poesia ou soneto...
Ah, poeta,
Que efeito tem em ti teus próprios dias?
Como se faz a mágica da tristeza dissolver-se
Mergulhando em falsas alegrias????
Ah, poeta,
Quisera um pouco de ti
Em cada um dos meus dias!

(Taciana Valença)



Just would petals,
Or stones, there, along the way,
But the poet set eyes,
And all unfolded, moved,
Turned spell in a stir ...
And before d'immense sea,
The eyes are the stones,
Or shell, which keeps secrets,
Its forms,
The conversation with the waves,
The bubble bath ...
Restless pearl ....
Oh, Poet,
This rare soul,
Incomprehensible sensitivity,
That blows life
Giving a finger relief,
Relief taken from the bowels,
Of fears and torture
Bravo, friend, bravo!
Guard in you your own drug,
Your own antidote,
Your amulet,
Sleeping on as your words,
That runs through the veins
Healing your day,
Maybe a thought,
A haiku,
poetry or sonnet ...
Oh, poet,
What effect does to you your own day?
How is the sadness of magic dissolve
Diving in false joys ????
Oh, poet,
I wish some of you
In each of my days!

(Taciana Valença)

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EU MORO NUM VERSO (TACIANA VALENÇA)