quinta-feira, 12 de julho de 2018

SOB O BATOM


Sobre a nitidez veio a fumaça,
asfixiando o deslumbre.
E nada é tão inocente
quanto a lógica...
Voltar a lugar nenhum
atravessar duras terras
temendo ver além da mulher
que não se funde em si mesma...
Nada é eterno
no terror da finitude,
animal acoado, corpo transformado,
sem tropas ou salvação.
Há um não entre as baixas das marés,
reféns de tantas luas,
mãos pesadas sobre a cabeça
que em vão tenta emergir.
Talvez nem mesmo exista -
agarrada na barra da saia da vida,
levada por entre as orquestras
cumprindo destino insabido.
(Taciana Valença)

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EU MORO NUM VERSO (TACIANA VALENÇA)