quarta-feira, 26 de janeiro de 2022

PERDIDA

  



Necessito lançar meus versos 

em água corrente,

dessas águas de se carregar.

O vento se encarregará?...


Ah!..., bom seria deitar-me 

ao colo de Deméter,

esperar então, a colheita da vida.


Ouvir a voz penetrante de Perséfone,

comer a romã das mãos submundas.

Entregar  minhas necessidades para Anamke.


E que se faça sua vontade.

Em seguida ofertaria 

à intelectualidade de Atena.


Acertaria as arestas, faria jus, 

já que me dizem  poeta.


E Artemis, me ensinaria a guerrear, inteligentemente;

sem antes filosofar espiritualmente com Héstia...

graduando o fogo que arde nos mares de mim.


Sinto o olhar sedutor de Afrodite,

Onde sucumbo e me amparo.


O vento traz um solfejar feminino:

uma canção atraente e sedutora;

talvez seja...Sim!...


Canto da Iara, prestes a afogar-me.

Não!... Não devo ouvir!...


Em qual latitude e longitude ímpar,

situa-se esta ilha que agora me encontro?

Oceano? Qual?


Perdi todas as coordenadas 

neste maremoto de emoções.

Minha mente está à deriva...


Que amanhã, assim como Rá,

seja expulsa pela vulva de Nut.


Adentrarei todas as noites 

em sua boca entreaberta.


E renascerei,  todos os dias

que ainda me restam.


Taciana Valença


Nenhum comentário:

Postar um comentário

Deixe aqui um comentário, é muito importante para mim. Obrigada.

EU MORO NUM VERSO (TACIANA VALENÇA)