quinta-feira, 19 de dezembro de 2013

DISFARCE

DISFARCE

 No garrancho Lilás morava uma personalidade fascinante.
Morava? Fingia que morava? Seria bruxa sob toldo colorido?
Fascinante... faceira...facínora!
A cor deslumbrante sobre o caráter repugnante,...

Um garrancho de ser, de gélidos poemas
Uma bela tangerina cheirando a podre...
- Cascas... olhos de pedra que petrificam,
Casa de fim de rua d’espantoso silêncio
Gritos em noite de lua,
Homens que gemiam seus lamentos
Bruxa! Olhos de ametista –
Vingativa, vigarista!
Uma xícara de chá, um gargalhar!
Salto de delicada nobreza desliza no asfalto –
Musa sem dono de pele de seda
Dona dama de pura delicadeza...
Almas cortadas pelo deslumbre , pela destreza
Volta à casa da rua sem fim, do fim da rua –
Prenhe dos gostos, das bocas -
Perigo eterno – estopim

(Taciana Valença)

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EU MORO NUM VERSO (TACIANA VALENÇA)