sexta-feira, 20 de dezembro de 2013

ESCRÍNIO


Perambulo noite adentro,
No peito esse ermo -
Ecoando perguntas,
Driblando respostas,
Instáveis espasmos de loucuras,
Sobre o peso da mala,
Que de tão cheia já não carrego,
E ali, na solidão do que me coube ser
Cascavilho, mexo, vejo, rejevo,
Tantos são os pesos...
 E eu, que queria apenas uma mochila,
E um caminho... tão simples
Repleto apenas do que preenche,
Sento-me  e sinto-me...
Na tentativa de solver
O que não se dissolve,
Pássaros avisam o amanhecer -
Recolho-me, no recôndito de mim
A mala, esquecida no canto
Espera seu destino,
Olho para ela e vejo
Um escrínio
 
(Taciana Valença)
 
 
 
 
 
 

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EU MORO NUM VERSO (TACIANA VALENÇA)