quinta-feira, 29 de março de 2018

CANDURA


 

Janela aberta, coração menino,
o cheiro do Jasmim, um mimo,
se aconchegando à noitinha,
quando o bolo vai saindo do forno
e os aromas se misturam.

Há risos na conversa vizinha,
um quê de doçura
em banco de praça,
onde o mundo perpassa
em solo de candura.

Rudes almas atravessam rentes
com ar de ceticismo,
de rijos dedos
cavando seus abismos.

No aconchego um convite,
e que se preencha de calmaria
os vazios das horas
e as ruas sombrias.

(Taciana Valença)

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EU MORO NUM VERSO (TACIANA VALENÇA)