quinta-feira, 29 de março de 2018

NEM TANTO ÁGUA MOLE




Às vezes a gente se sente ameaçada. Ameaçada por ser gente, ameaçada por querer agradar, procurar entender, ser gentil, atenciosa, amável.
É verdade, a amabilidade incomoda as pessoas, assim como seu sorriso espontâneo também. Difícil agradar os seres ditos humanos. Alguns são como bichos, desconfiados.
Já cheguei a colocar a amabilidade na porta e sair, como quem deixa comida a um animal. Mas é porque realmente sou assim.
As pessoas são tão desconfiadas que às vezes acham que você quer algo em troca, E até que descubram que não há nada que possa querer ou mesmo que tenham a dar vai um tempinho.
Mas acredito que estamos aqui também para isso, sermos um pouco água mole em pedra dura. Só que existem algumas pedras que querem ser pedras até o final dos tempos. Aí, não sendo santa, tiro o time de campo.
Anda difícil a relação humana. Os conceitos truncados, distorcidos, um ódio que não se sabem nem mesmo ao que. Acredito que realmente alguns fatores externos estejam contribuindo para esse tipo de insanidade, desse comportamento violento e impensado.
As radiações, wi-fi, celulares, enfim, toda sorte de perturbações externas. Ouço coisas que parecem de pessoas desconectadas, perturbadas realmente. Coisas tão absurdas, deduções tão esquisitas que são insanas.
Espero sinceramente estar errada e esta petrificação das pessoas seja impressão ou algo passageiro. Temo por nós, pelo caminho que a humanidade está trilhando e pela distorção nos conceitos fundamentais sobre a vida, o amor e a convivência.
Ainda assim continuarei água, molinha, molinha, deslizando entre as pedras que racham mas não se humanizam.
(Taciana Valença)

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EU MORO NUM VERSO (TACIANA VALENÇA)