quinta-feira, 29 de março de 2018

PAZ E MOTIM




Alada alma
sem alardes.
Recatada rebeldia
em franzida testa
já imune.
Paz e motim
num discurso sem voz.
E o cheiro do mesmo perfume.
Lágrima tiro varando peito.
Palavras inebriantes
atravessando conceitos.
Auto reclusão sem porta de entrada.
Abrigos de mim, do exagero,
da mania de me mostrar por inteiro,
sem desvelo, deixando fluir
num voar constante.
Ainda muito me resta,
tudo que ainda há de restante,
o avesso d'um tempo,
em solo de instantes.

(Taciana Valença)

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EU MORO NUM VERSO (TACIANA VALENÇA)