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quinta-feira, 30 de junho de 2022
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segunda-feira, 13 de junho de 2022
quarta-feira, 8 de junho de 2022
segunda-feira, 6 de junho de 2022
sábado, 28 de maio de 2022
sábado, 30 de abril de 2022
Cuidados
Cuidar de coisas é tão fácil. Limpa, guarda, doa, joga fora, compra outro quando se estraga, às vezes a gente conserta, se der, e se for de alguma importância. Eu só dou muito valor às coisas quando elas me trazem recordações de pessoas ou são dadas por pessoas que estimo. Aí sim, elas passam a ter realmente um valor pra mim.
Só que cuidar de pessoas é tão difícil. São tantas particularidades, peculiaridades, tantos “se” a serem pesados e medidos. Às vezes a gente acha que conhece alguém e se encanta com a imagem que criamos. Só que a imagem que criamos se baseia em nós mesmos, em nosso modo de ser, de agir e de entender o mundo. E é aí que a gente se machuca muitas vezes, se decepciona, se entristece e até tira pessoas das nossas vidas.
Mas as pessoas que ficam, as que a minha admiração deita e acorda com elas, ahhhhh, essas são as que fazem a diferença na minha vida. Essas são as que fazem valer meus dias, mesmo que não as conheça tão profundamente nas suas reações, assim como também não conheço profundamente nem as minhas, e me surpreendo comigo mesma tantas vezes.
Que se quebrem vidros, taças, carros. Que jamais eu tenha algumas coisas que tantos cobiçam ou se matam para comprar. Não me importo. Mas um amigo ferido, trincado, quebrado, isso sim, me deixa triste. Assim como um semelhante que sofre por não ter o básico para viver de forma digna. Não importa se não conheço a cada um, mas me fere, como afiada lâmina perfurando o peito.
Ahhhh, como me dói o sofrer da humanidade!
Taciana Valença
segunda-feira, 21 de março de 2022
DIA DA POESIA
E FOI SEM QUERER
QUE CAÍ NOS BRAÇOS
DA POESIA...
São todos os dias que ela me vem.
Nas manhas das manhãs,
no finalzinho da tarde,
quem sabe até no começo?
Na noite enluarada ou sombria...
E assim, ela me oxigena,
ELA ME POESIA...
Taciana Valença
quinta-feira, 17 de março de 2022
quarta-feira, 9 de março de 2022
**OLHOS**
Não tenho olhos pra tanto, sou pulso.
Dos meus impulsos me sobra tão pouco.
Não me importa quem se ache astuto,
estou imune aos vícios dos loucos.
Taciana Valença
domingo, 20 de fevereiro de 2022
&& Não mangue &&
Não mangue da manga
que caiu no mangue,
da manga do menino
que rasgou a manga
da camisa velha
de manga rasgada
da pesca e da caça
do manjar da vida.
E a fome não tem graça
e seu ronco tem dentes.
Não mangue
do menino palafita
dos pés de xié,
que rasgou a manga
da camisa velha
pra pegar a manga
que caiu no mangue,
pra matar a fome.
Não, não mangue,
da boca que espera
a manga que bóia
na lama do mangue.
Taciana Valença
sábado, 19 de fevereiro de 2022
@@ NONSENSE@@
O seu bom senso é só seu olhar.
Vem das entranhas, da vida, vergonhas…
Vem dos princípios do seu caminhar.
Do que viveu ou guardou sob as fronhas.
Vem do seu lar, de um tal educar.
Dos livros lidos, dos eus, das tais manhas.
Do que te forma, das crenças, trilhar…
Não ter bom senso depende de tudo.
Cada um dentro do mundo tão seu.
De um viver sacrifício ou veludo…
O seu bom senso será um nonsense,
que para si pode ter seu sentido,
mas para si, e apenas teu sense.
Taciana Valença
sexta-feira, 18 de fevereiro de 2022
O homem e o poeta
O sei poeta dos bons, respeitado.
Em seus sonetos, perfeitos, deleites.
Com versos ricos e bem estudados,
fala de tudo sem tantos afeites.
Nem sei dos versos avessos na alma,
que inquieta o ser que se cobre,
a tez real por detrás desacalma,
mostrando face, por vezes, não nobre.
Não sendo ele, quem mais? Uma máscara?
Mas no efêmero morre um homem,
ao se perder entre próprias cascas.
Enfim se salvam sonetos tão belos,
entre imagens manchadas e turvas,
dos dois que seguem parceiros eternos.
Morre o homem,
permanece o poeta.
sexta-feira, 11 de fevereiro de 2022
Momento
Dedos deslizam nas teclas, suaves…
terça-feira, 8 de fevereiro de 2022
Boca
que engole, rumina e mastiga,
mesmo entre gemidos,
mesmo com voz rouca,
quem come é quem tem boca.
E eu sei do que falo.
Taciana Valença
domingo, 6 de fevereiro de 2022
Meu poema
Meu poema
não tem soberba
nem requinte.
Só vai a lugares
que não precise
de convite.
Senta,
pede uma bebida qualquer,
fala com todo mundo.
Depois fica só,
mexendo o gelo
do copo e pensando
na besteira que é viver.
Taciana Valença
sábado, 5 de fevereiro de 2022
## INQUIETAÇÃO ##
É no vazio que a alma se espalha,
se contorce, se alonga, se aconchega, se encolhe.
Deixa-se não ser nada, sacode a toalha,
na inquietação de não se saber.
O que, exatamente, está acontecendo?
Quem tece esse emaranhado de fios
que nos cerca e nos prende?
E o olhar arde, a gente cansa
de ver, de entender o rebuliço
que permeia entre o vão do riso e choro.
Um fantasma assusta a alegria:
Boooooo! A gente acorda fria,
procurando o engodo que nos cobria.
Depostos dos falsos postos.
Piedade é apenas palavra solta,
num dicionário qualquer ou nas leis ditas de Deus.
O perdão fica por conta de Mateus,
porque aqui a coisa é diferente,
os sentimentos são frios, quase não se sente.
Aqui se mata gente, por preconceito,
por ser um pouco diferente do que
os hipócritas chamam de normais.
Há um ódio regado pelo medo de não ser.
Não se vê leveza nem nas pessoas que
um dia achamos conhecer.
Que mal é este
dos habitantes deste mundo?
Diga-me você.
quarta-feira, 2 de fevereiro de 2022
Tempo
Aparo a destreza do tempo,
cortando-lhe os galhos para que se abram em verdes, fartos e novos caminhos. Viver exige a paciência e sensibilidade de um jardineiro.
Vendaval
Vendaval
Raras contemplações.
Tênue linha a separar
brisa de vendaval.
Antes distante céu.
Sim, aquele azul
onde não se pisa,
que não se alcança,
mas de admirável brilho.
Ousadia guardada
sob véus dilemas.
Melhor não saber,
não entrar, não bater.
Mas eis que chega,
vozes e linhas que se doam
ao encantamento,
já não há vento, só vendaval.
Algo não se estabelece,
apenas cresce,
sem nem mesmo ter
onde se segurar.
Deixa-se ir, ornada
em canções perfumadas,
onde a alma se enverga
a beijar outra alma.
Só rascunho…
Sigo a vida
displicente
e ela me segue,
sigo o insta
gravemente
e a vida segue
com rompantes
meus instantes.
Sigo o dia, sigo a lua,
que flutua,
que me encolhe
e me acolhe
quando cresce,
mas me imponho,
sigo um sonho
que padece,
aquieto-me numa prece.
Sigo o único poeta
que das letras
faz a festa
e me afeta,
sou Sininho,
sou caminho
sem as setas.
Ronaldo Rhusso / Taciana Valença
Foto: Taciana Valença
quarta-feira, 26 de janeiro de 2022
PERDIDA
Necessito lançar meus versos
em água corrente,
dessas águas de se carregar.
O vento se encarregará?...
Ah!..., bom seria deitar-me
ao colo de Deméter,
esperar então, a colheita da vida.
Ouvir a voz penetrante de Perséfone,
comer a romã das mãos submundas.
Entregar minhas necessidades para Anamke.
E que se faça sua vontade.
Em seguida ofertaria
à intelectualidade de Atena.
Acertaria as arestas, faria jus,
já que me dizem poeta.
E Artemis, me ensinaria a guerrear, inteligentemente;
sem antes filosofar espiritualmente com Héstia...
graduando o fogo que arde nos mares de mim.
Sinto o olhar sedutor de Afrodite,
Onde sucumbo e me amparo.
O vento traz um solfejar feminino:
uma canção atraente e sedutora;
talvez seja...Sim!...
Canto da Iara, prestes a afogar-me.
Não!... Não devo ouvir!...
Em qual latitude e longitude ímpar,
situa-se esta ilha que agora me encontro?
Oceano? Qual?
Perdi todas as coordenadas
neste maremoto de emoções.
Minha mente está à deriva...
Que amanhã, assim como Rá,
seja expulsa pela vulva de Nut.
Adentrarei todas as noites
em sua boca entreaberta.
E renascerei, todos os dias
que ainda me restam.
Taciana Valença
sábado, 22 de janeiro de 2022
quarta-feira, 19 de janeiro de 2022
Year of the cat
Monday, January 17, 2022
Year of the cat
Ao varrer a última folha do quintal,
reminiscências ainda burilavam a mente,
já havia passado o ano do gato...
A despeito das carícias dos fragmentos bons
Quis pular aquele ano…
“Year of the cat”, e nem sabia mais
dos caminhos, da direção.
Porque olvidara que nenhuma direção havia...
Não há o que esperar, e como diz a canção, passagem perdida.
A condução sequer existia!
Os versos martelam enquanto
num pulo distraído se volta
ao fim do milk shake,
aos olhos brilhantes que mudam de cor…
Retornam remanescentes convicções e planos!
A folha varrida volta
amarelada duma saudade,
dessas com cheiro de perfume
e nicotina.
Que fica do que não ficou...
Era pra ser só um beijo de menina,
tão inocente quanto pular um muro
em busca de uma paixão…
Porém a culpa tumultua
e atua forte a consciência.
O muro parece mais alto,
a razão acusa e grita: Não!
“Year of the cat”… um salto de ilusão.
Ronaldo Rhusso / Taciana Valença
Sufôco
Seria vexame asfixiar,
debater enquanto sufôco,
se ver escurecer em prece.
Quem merece?
Conhaque, queimando entranhas,
amanhecer no labirinto da vergonha
sob o peso de uma fronha!
Era encontro de hora marcada,
de pontualidade medonha.
Não, não se mata assim -
não o que em si vive;
um desrespeito com a cegonha.
Deixe o cão enraivecido ladrar
lá do alto dos seus infernos!
As mãos levadas aos ouvidos
já não querem mais ouvir
palavras que escorrem da boca
sem freios, amargando na sala vazia
a frieza doce dos lábios descoloridos.
Mas sim, eu duvido
que sufoque até o grito!
Corre a buscar outro gole -
anestesiando a alma que sobe
pelas paredes e adormece no teto
gemendo pelo ausente,
buscando a São Clemente,
que decifre este mistério
pelas sombras deste labirinto.
No mais que se finde o pesadelo,
o ar que falta sob o travesseiro,
o veneno, que pela dor deixou-se matar
e que por isso alguém viveu…
a manhã enfim trará o milagre
que se desprendeu das entranhas
amanhecendo em flores verdades.
Taciana Valença
sexta-feira, 14 de janeiro de 2022
sábado, 8 de janeiro de 2022
Vigias do alheio ( Ronaldo Rhusso/Taciana Valença)
Vigias do alheio
Oh! Lida tosca, a de gente infeliz
que perde as horas dos dias em frestas
da própria vida ignora as arestas...
Seres sombrios que, sem luz, são tão gris...
Tem própria vida, mas não a que quis
e, na tristeza de ser, perde festas
com as manias ruins, indigestas
Cospem friezas nas falas, gentis?
Vivem das sobras e risos de tolos
sempre querendo a quem nunca lhes quer;
surfam na vida de um outro qualquer...
Sobram telhados de vidro e dolo
num existir mais mofado que bolo
ruim, esquecido e ninguém mais o quer...
-
Apenas um quadrado, Branco, Com quatro cantos Onde possa encostar, Descansar, Mas é apenas um quadrado, Nem paredes, nem en...
-
Verdes cabeleiras rendem-se ao sopro dos ventos, o mar, acanhado, lambe suavemente os pés da divindade, ...